Monday, January 30, 2006

Faça o bem sem esperar recompensa

Jim nunca imaginou que as coisas acontecessem daquela forma. Enquanto trabalhava como salva-vidas, amava o que fazia. Num dia de folga, andando pela praia, ele viu uma mulher em perigo. Jogou-se na água e a trouxe para a praia. Depois a carregou até o posto salva-vidas, onde uma ambulância a levou para o hospital.
Victória ficou muito agradecida e passou a visitá-lo de vez em quando no posto. Quando sabia que ele estava trabalhando, mandava-lhe pizza. Jim retribuía com visitas e telefonemas. Os outros rapazes faziam gozação de sua amizade com aquela senhora. Ele não ligava.
Durante anos, mantiveram amizade. Certo dia, retornando de uma viagem, Jim ligou para a casa dela. Quem atendeu foi uma jovem, que se identificou como Bárbara. Era sua sobrinha. Contou-lhe que Victória havia morrido, vítima de um derrame. A sobrinha viera de outra cidade para resolver alguns negócios da tia.
Ela saiba tudo a respeito dele, pois sua tia lhe falou. O tempo passou. Uma noite, numa festa na praia, com amigos, Jim percebeu que as coisas estavam saindo do controle. Bebidas e drogas começaram a circular. Ele decidiu ir embora.
Logo depois, uma mulher que ele havia conhecido há apenas algumas horas antes também saiu. Quando ela foi dada como desaparecida e seu vestido esfarrapado foi encontrado ao lado da estrada, ele foi acusado de assassinato. Parecia um pesadelo. Ele mal a conhecia. Era uma acusação maluca. Mas a polícia precisava de um suspeito. E ele era um suspeito.
Um defensor público foi indicado para cuidar do caso, porque ele não tinha dinheiro. Foi preso e a fiança foi estipulada em um valor elevadíssimo. Jim achou que não teria mais saída. Então, um dia, recebeu um telefonema. Era Bárbara. Formada em Direito, ela ouviu o noticiário a respeito de sua prisão e perguntava se ele aceitaria que ela o defendesse gratuitamente.
Jim aceitou prontamente. Ela começou a se inteirar dos detalhes do caso. A única testemunha ocular que identificou Jim como o homem que saiu da festa com a mulher descreveu o casal como sendo da mesma altura. Alguma coisa estava muito errada. A suposta morta tinha 1,65m, Jim tinha quase 1,80m.
Graças a esse detalhe, ela conseguiu que a fiança fosse reduzida e Jim pôde ir para casa. Aquilo foi um presente para ele. Ela contratou um detetive que, depois de algum tempo, descobriu que a suposta vítima vivia num país vizinho. Ela decidira sair de casa e abandonar o marido para começar uma vida nova, com outra pessoa.
Depois de muita insistência, meses de trabalho, conseguiram que a mulher retornasse e se mostrasse à polícia, provando que estava viva. Jim estava livre da acusação. Hoje, ele vive com sua mulher e três filhos. Tem uma fazenda e dirige sua própria fábrica. Mas nunca vai se esquecer daquela amizade especial com Victória.
Comenta ele: "Se aquela mulher não tivesse falado de mim para sua sobrinha como o fez, é bem possível que eu estivesse apodrecendo na prisão pelo resto de minha vida. Devo minha vidà àquela mulher." No entanto, Bárbara tem uma visão diferente: "Ele salvou a vida de alguém que nem conhecia, mesmo não estando em serviço aquela hora. Esse tipo de amor pela humanidade não fica sem recompensa."
Faça o bem sem nunca aguardar recompensa. Mas guarde a certeza que os benefícios lhe chegarão de alguma forma, neste mundo ou no outro. Isto porque toda ação gera uma reação. E o bem somente gera o bem maior.
(Colaboração: Claudemir "Mi")

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